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As sementes plantadas pelas histórias, e as histórias que nasceram dos encontros a partir da ação intervenção narrativa, realizada pelo Coletivo Cafuzas
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Documento
Metadados
Título
As sementes plantadas pelas histórias, e as histórias que nasceram dos encontros a partir da ação intervenção narrativa, realizada pelo Coletivo Cafuzas
Autor
STEIN, Roberta
Colaborador
A Casa Tombada
Descrição
Trago aqui algumas histórias vividas e alguns trechos das contadas pelo Coletivo Cafuzas, grupo este que foi fundado por Daniela Landin, Rosana Borges Silva e por mim, Roberta, em 2014. As licenças apresentadas, com as quais início este ensaio, são algumas dasque costumamos pedir antes de iniciarmos nossas apresentações de narração de histórias. Inspirada por elas e num ímpeto de ganhar fôlego para iniciar este texto, gostaria de pedir além destas as que vêm a seguir: Peço licença para elas, Rosana e Daniela, minhas amigas-irmãs de arte e vida, com as quais vivenciei grande parte do que se encontrará escrito neste texto, porque algumas histórias contamos juntas e outras separadas, em variados contextos cuidando umas das outras. Peço licença a elas duas porque foi tanta coisa vivida que muitas vezes não achei queeu pudesse escrever sobre, logo eu que tenho dificuldade em escrever e que, apesar de amar tanto a poesia, não a encontro na minha escrita. Logo eu que sempre me expressei melhor pela oralidade.Sigo nesta difícil missão, porque relutei muito em escrever sobre nós por conta da responsabilidade envolvida acerca de falar de vivências, processos e ações de um coletivo e por se tratar de nossa relação com o estar em constante aprendizado com estas culturas imensas pelo que são, transbordam e representam. Quais memórias e histórias eu deveria contar? Qual recorte eu poderia fazer, por se tratar de quase cinco anos e meio de existência, de projetos, ações e vivências, com muitas pessoas envolvidas ao longo destes anos como público, convidados e convidadas que enriqueceram encontros com a generosidade de seus compartilhamentos, e para os quais também peço licença.Espero conseguir transmitir aqui um pouco da nossa trajetória e da riqueza de aprendizados e compartilhamentos mútuos que tivemos e, principalmente, transmitir um pouco de como as histórias foram recebidas e como estes encontros inesperados sempre amparados e estabelecidos pelas narrativas nos revelaram ao longo de nossas ações.Ao longo destes mais de cinco anos, muitas sementes foram plantadas e tivemos recepções das mais diversas. Foram bons encontros e poucos nos causaram incômodo ou estranheza, mas por ser uma ação muito viva e com diversos acontecimentos há a necessidade de fazer-se uma escolha para contar essa história e uma vez que ela é feita, há sempre umganho e uma perda. Optei, então, pela ação da intervenção narrativa por ter sido uma das primeiras que elaboramos e fomos vivenciar enquanto ainda estávamos nos entendendo como coletivo e tudo que nasceria a partir daquelas sementes que estávamos plantando, não só em nossos colares - que aprofundarei mais para frente - mas também nas relações, no coração, na alma, na cabeça, no olho no olho, no mergulho dentro destas culturas e nos desdobramentos destas narrativas, as contadas e as que nasceram a partir dos encontros.
Idioma
Bibliografia
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Editor
Editado por Fernando
Acervo
omeka
1686