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Brocos e Paulino: Doisartistas em dois tempos
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Documento
Metadados
Título
Brocos e Paulino: Doisartistas em dois tempos
Autor
FREIRE, Léia Maria de Assis Magalhães
Colaborador
A Casa Tombada
Descrição
Desde o primeiro momento de decidir sobre o assunto a ser discutido neste artigo, uma dúvida pairou no ar: o que escrever diante de tantas coisas que foram abordadas nesses dezoito meses de curso? O que me tocou mais? Em que eu realmente quero me debruçar e aprofundar? Eu tinha apenas uma certeza: as artes visuais! Esta seria coluna vertebral desse artigo, uma vez que tenho vivido profissionalmente como arte-educadora, atualmente dedicada a dois lugares distintos, um público e outro privado, tratando-se respectivamentedas Fábricas de Cultura e do Espaço Viveka. Como projeto do governo do Estado de São Paulo, o programa para as Fábricas de Cultura foi criado com o objetivo de ampliar conhecimentos através da interação com a comunidade, oferecendo cursos e uma programação cultural diversificada. Nesse lugar,ministro aulas de cerâmica para pessoas de diversas idades e classes sociais. Atendo a duas unidades: uma vez por semana, no período noturno, em Sapopemba; e duas vezes por semana, no período vespertino, no Belém. Em novembro de 2017 levei a turma de aprendizes para uma visita guiada ao Museu Afro. A exposição apresentada: "Design e Tecnologia no Tempo da Escravidão”, retratava as tecnologias que os negros trouxeram para o Brasil, usadas no dia a dia dacozinha e da lavoura. Fomos recepcionados pelo educativo do Museu e o mediador explicou que os negros que aqui chegavam eram trazidos por uma especificidade e não pela sua força física, ao contrário do que é descrito nos nossos livros de história. Um dos exemplos citados foi que eles eram enviados para as fazendas de café ou cana de açúcar e eram escolhidos por suas habilidades e tecnologias, por isso o tráfico negreiro costumavaacontecer sempre por uma determinada região africana, para uma brasileira. Os aprendizes apresentaram falas interessantes e reflexões sobre as próprias negritudes. Um deles declarou: “Professora eu nunca tinha ouvido falar sobre a inteligência do meu povo, somente ouvi o quanto eles eram fortes para o trabalho”. Durante essa mesma época, eu estava cursando uma disciplina na Pós-Graduação, denominada “Histórias das Culturas Afro brasileiras e Indígenas para Educação”, que narrava sobre racismo. Pensei, então, que essa abordagem pudesse ser o mote para esse artigo, em que poderia recorrer a entrevistas, depoimentos e relatos.
Idioma
Bibliografia
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Editor
Editado por Fernando
Acervo
omeka
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