Sobre o curso
Esse ciclo de encontros pretende tecer articulações entre o pensamento da descolonização e a experiência de uma poética latino-americana. Trabalharemos a partir de textos narrativos, ensaios, literatura e material audiovisual que apontam para possibilidade de uma poética latino-americana e sua dimensão subjetiva, ética, estética e política.
A América Latina é um labirinto de mil mundos que se atravessam, se tensionam e se enamoram. Caminharemos por eles, por nosso realismo maravilhoso e narrativas que contam de nossas memórias enterradas, labirinto do fantástico, espaço de metamorfoses e epifanias. E vamos, juntos e juntas, imaginar nossas utopias. Nesse caminho nos acompanharão Alejo Capentier, Clarice Lispector, Gabriel García Márquez, Gabriela Mistral e outros.
Entre a realidade múltipla que nos compõem, a dimensão mitopoética se desenha como possibilidade de encontro e explicação imaginativa sobre nossa realidade e produção de si na América Latina. Muitos tempos, modos de afeto e de contornos para nossas experiências coletivas e pessoais. Desde una poética latino-americana.
Percurso do curso
Encontro 1 (01/02): Realismo maravilhoso
A partir do manifesto do realismo maravilhoso de Alejo Carpentier e de “Cem anos de solidão”, de Gabriel Garcia Marques, vamos conhecer a possibilidade de descolonização da existência social na América Latina como narrativa do maravilhoso e da experiência de nossas memórias invisíveis, nossos espelhos enterrados
Texto sugerido: Prefácio do Reino deste mundo- Alejo Carpentier
Vídeo sugerido – La peste del insomnio
https://www.youtube.com/watch?v=3ktsLYFy4_4
Texto complementar – Dupla consciência latino-americana-contribuições para uma psicologia descolonizada. Bruno Simões Gonçalves
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1519-549X2016000300011&lng=pt&nrm=i
Encontro 2 (03/02): Os labirintos fantásticos
Ao nos debruçarmos sobre a história da América Latina, abrem-se leituras, poéticas e perspectivas culturais distintas. Há uma labiríntica própria da América Latina. Elas se dão em forma de epifania, mito, aparição insólita, universos maravilhosos. Labiríntica metafísica, afetiva, (in)imaginável em que a descolonização aponta caminhos para uma subjetividade ladina, amefricana, nuestroamericana.
Textos sugeridos: Labirinto da Solidão Octavio Paz . Cap I Pachuco e outros extremos
A casa de Asterion- Jorge Luis Borges
http://www.arquivors.com/borges2.htm
Texto complementar – Dom Quixote e os moinhos de vento na América Latina – Anibal Quijano
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142005000300002
Encontro 3 (08/02): Mundos sem fim
A heterogeneidade de mundos, o espaço habitado, a casa de si. Entre nossas narrativas que deflagram mundos, ouvimos/sentimos/somos expressões de mulheres, de religiões, de seres fantásticos e místicos. Forças que incidem sobre um realismo que se pretende verdadeiro e racional. Tecer mundos a partir do de(s)colonial é reconhecer nossa casa, aquelas que contam as histórias e seu lugar nessa urdidura de um real engrandecido.
Texto sugerido – O amor, de Clarice Lispector
http://www.releituras.com/clispector_amor.asp
Imagens sugeridas
El mundo magico de los mayas – Leonora Carrington
https://www.lacamaradelarte.com/2016/11/el-mundo-magico-de-los-mayas.html#google_vignette
La selva – Wilfredo Lan
https://www.moma.org/collection/works/34666?artist_id=3349&page=1&sov_referrer=artist
Texto complementar – Transculturacion y heterogeneidad: avatares de dos categorias literárias em América Latina
https://www.insumisos.com/lecturasinsumisas/Transculturacion%20y%20heterogeneidad.pdf
Encontro 4 (10/02): A metamorfose, perspectivismos e transformacionalidade
No ato-gesto poético da literatura que sinaliza a própria mutação do real em outro, em matéria outra, vivemos a experiência própria da encruzilhada de perspectivas próprias da América Latina. Criação de mundos libertos, de utopias imaginadas por muitos, desenham-se assim como convite de transformação de si e do mundo, sua descolonização. Há, no centro da nossa existência, o gérmen da subversão, da libertação e da amorosidade rebelde.
Texto sugerido – Meu tio o Lauaretê, de João Guimarães Rosa
http://www.biolinguagem.com/inuma/ROSA%201961%20meu%20tio%20iauarete.pdf
Video sugerido – El alma mestiza –Rebeca lane
https://www.youtube.com/watch?v=P8Y0BB7kh2c
Textos complementares
A metamorfose fatal: mistura e alteridade em “Meu tio o Iauaretê”, – André Luis Rodrigues http://www.periodicos.letras.ufmg.br/index.php/o_eixo_ea_roda/article/view/13535/1125612253
Metamorfose e enumeração – Priscila Loyde Gomes Figueiredo
Quem é o professor
Bruno Simões Gonçalves – psicólogo, especialista em pensamento de(s)colonial. Pós Doutor e professor convidado – Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo.
Quando
Dias 01, 03, 08 e 10/02/21
Das 19h às 21h
Onde
Online
As informações de acesso serão disponibilizadas por e-mail.
Público
Geral
Turma
30 pessoas
Investimento
R$ 180,00
PagSeguro
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