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Mas este livro é para criança?“Rosa” e a terceira margem do livro ilustrado
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Documento
Metadados
Título
Mas este livro é para criança?“Rosa” e a terceira margem do livro ilustrado
Autor
GUIMARÃES, Anna Luiza L.
Colaborador
A Casa Tombada - O livro para infância
Descrição
Este artigo propõe uma reflexão sobre a categorização do livro ilustrado como “livro infantil” ou “livro para a infância”, a partir da relação de leitura estabelecida com o leitor adulto. Investigamos aqui se o adulto, mergulhado na obra, ultrapassa essa barreira do que seriam narrativas “para criança”. Para refletirmos, usamos o livro ilustrado “Rosa”, de Odilon Moraes,uma obra inspirada no conto “A terceira margem do rio”, de João Guimarães Rosa, que passeia por essa fronteira da categorização. Tanto a obra de referência quanto o livro criado por Odilon oferecem ao leitor uma possibilidade de transitar entre memória e presente, infância e profundos questionamentos, o eu e o outro, ampliando limites da escrita – por imagens e por palavras – e da capacidade leitora em qualquer idade. Muitos ainda enxergam na literatura infantil uma única razão de existir: formar um futuro leitor. Ou deseja-se, também, com o livro, moldar um tipo de pensamento ou amarrar nas leituras interpretações únicas. Questiono aqui se justamente o livro ilustrado não provocaria este incômodo, este parar no tempo para “olhar mais uma vez” aquela página, aquela ilustração, aquela capa... Não seria isso o que causa intriga – e atrai – o leitor adulto para estas obras? Entre silêncio, arte, experiência e liberdade, traço neste artigo uma busca, assim como o personagem de “Rosa”, por respostas: o que faz o leitor do livro “infantil” ser sequestrado para a terceira margem, já que a sua memória discursiva o remete a apenas duas? Em que tempo e espaço estaria a chamada terceira margem do livro ilustrado?
Data
2018
Idioma
Bibliografia
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Editor
Editado por Fernando
Acervo
omeka
1697