Sobre o curso
Este percurso é um jogo de cartas provocado por duas mulheres que buscam ler o passado e criar coletivamente vídeos-cartas que anunciam futuros. Elas carregam temas para o carteado: a voz das avós, biografêmias, espelhos desenterrados, escritas fé-meninos e femininas. Este jogo que enaltece a vida e suas possibilidades de encantamento é sobretudo um carteado sem gênero definido.
Este jogo lê as camadas que compõe nossa história de vida: rastros, cicatrizes e restos. Intimidades caladas, sotaques baixos e histórias silentes. Assim, em cada encontro abriremos envelopes que contém fotografias, vestes, antigos objetos que mapeiam memórias. Nestas lembranças adormecem fatos, afetos e esquecimentos e, na fresta entre estas três camadas, abriremos espaço para criar. Aqui defendemos que criar e lembrar podem ser exercícios de uma mesma dimensão.
Lançaremos cartas ao passado para descobrimos uma narrativa biografêmica encoberta. Cada participante dará voz à sua biografêmia com a estética de um vídeo-carta. Escrever e narrar nosso passado feminino será um movimento que desvela um futuro ancestral.
Encontros:
Encontro 1 (19/01): Jogo 01. A Voz das avós: cartas, fotografias, colares e roupas que ecoam suas vozes. Seguir rastros deixados por elas, fios de cabelos, objetos, fotografias, antigas roupas. Símbolos que arquivam histórias, onde vamos escrever outras possibilidades de histórias.
Encontro 2 (21/01): Jogo 02. Biografema & biografêmias: Roland Barthes cria o conceito de biografema para escrever uma vida humana, o que podemos escrever a partir da perspectiva de biografêmias?
Encontro 3 (26/01): Jogo 03. Desenterrando espelhos: o reflexo de um corpo superlatino e superlativo. Olhos, boca, cores, voz, pele cicatrizes e rastros que narram ecos passados. Por onde caminharam as femininas ancas que nos pariram?
Encontro 4 (28/01): Jogo 04. Escrituras de fé-meninas e fé-meninos. O ato de cavar, escrever e narrar memórias causa uma re-inscrição da vida e anuncia um ancestral futuro.
Encontro 5 (02/02) Jogo 05. A mesa de carteado: a partilha dos vídeos-cartas.
Bibliografia
Simas, Luíz, Rufino, Luís. Quem tem medo de Pombagira? Fogo no Mato: as ciências encantadas das macumbas. Rio de Janeiro: Mórula, 2018.
Aleksiévitch, Svetlana. A guerra não tem rosto de mulher. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.
TIBURI, Marcia. Feminismo em comum: para todas, todes e todos. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2018.
Lorde, Audre. Usos do erótico: o erótico como poder. Traduzido por tate ann de Uses of the Erotic: The Erotic as Power, in: LORDE, Audre. Sister outsider: essays and speeches. New York: The Crossing Press Feminist Series, 1984. p. 53-59.
Andaluzia, Glória. La consciencia de la mestiza. Estudos Feministas, Florianópolis, 13(3): 704-719, setembro-dezembro/2005.
Filmografia:
“As hiper mulheres”, de Carlos Fausto, Leonardo Sette. Takumá Kuikuro, 2012. https://ayalaboratorio.com/2018/08/17/as-hiper-mulheres/
“Eu não sou uma mulher” de Rita Von Runty
https://www.youtube.com/watch?v=tXhEqfe0JY8
Quem são as professoras
Tatiana Lohmann é montadora, diretora e fotógrafa. Realizou séries para a MTV, National Geographic e teve séries independentes veiculadas na TV Cultura, Canal Futura e TV Brasil. Seus curtas “Medo”, “A Raiz De Ti Mesmo” e “Quero Ver Você Chorar” foram exibidos em vários festivais. Dirigiu e montou videoclipes, entre eles “Respeito É Pra Quem Tem”, do Sabotage. Desde 2015 integra o coletivo Manifesto Impromptu (com Azul Serra, Bianca Turner e Claudia Schapira), que realizou duas minisséries em parceria com o Itaú Cutural: “crônicasNÃOditas” e “A Vida Começa”. No cinema, lançou os longas “Solidão & Fé”, em 2011 (Melhor Filme Júri Popular/Mostra de Cinema de Tiradentes) e em 2017, codirigiu e montou o longa de natureza de Lawrence Wahba “Todas As Manhãs do Mundo”, coprodução Fox Filmes e Bonne Pioche (“A Marcha dos Pinguins”). Ainda em 2017 lançou no Festival do Rio o longa “SLAM: Voz De Levante”, dirigido junto com Roberta Estrela D’Alva, vencedor do Prêmio Especial do Juri e Melhor Direção de Documentário. Em 2018, foi o Melhor Filme Nacional no FIMCINE. Seu longa mais recente, “Minha Fortaleza, os filhos de fulano”, documentário sobre a ausência de pai e a consequente idealização da mãe em três famílias de uma quebrada de SP, pré-estreou no Festival do Rio 2019.
Sandra Lessa é mestra em Artes da Cena pelo Programa de pós-graduação do Instituto de Artes da Unicamp, onde desenvolveu a pesquisa “O Narrador está em quem ouve: o estudo de histórias de vida no trabalho do ator-performer” (NEA Edições Acadêmicas: 2015). Sua pesquisa percorre o caminho da escuta, escrita e narração biográfica, acolhendo as ficções que residem nas memórias pessoais. Trabalha com Instituto Museu da Pessoa e Associação Arte Despertar. Escreveu o livro “O Farol das Ilhas: histórias de vida para além de um hospital” memórias de pacientes do Hospital das Clínicas de São Paulo” (Arte Despertar: 2009). Organizou os livros “E Era Tudo Verdade: coletânea de histórias de vida (Biblioteca Hans Christian Andersen: 2016) e “Narradores de Vida” (Museu da Pessoa: 2017). Como artista percorreu o Brasil, Europa, América Latina e México, pesquisando e atuando com a escuta poética para o encontro com o outro.
Quando
Dias 19, 21, 26, 28/01 e 02/02
Das 19h às 21h
Onde
Online
As informações de acesso serão disponibilizadas por e-mail.
Público
Geral
Turma
30 pessoas
Investimento
R$ 200,00
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