Conversas ao pé do fogo. Viver e contar: a maravilha dos mundos - com Mara Vanessa

Sobre o curso

credito imagem Ibã Huni Kuin

Contação de histórias vividas sobre o exílio de si na busca pelos mundos dos outros; encontros com povos e pessoas que seguram o céu; histórias de nascimento e morte; a ideia de “fazer da vida um poema” como guia – andar pelo mundo como uma estética e uma ética. 

Convite a uma escrita criativa e coletiva, feita a muitas mãos e vozes, pelos participantes, ao longo dos encontros. 

Percurso do curso

Encontro 1 (19/7)
Reunides ao pé do fogo, falaremos do sonho, esse instrumento de pesquisa; da busca, caminho nômade; do exílio de uma parte de si para possibilitar o encontro com o profundamente outro. Fragmentos de tempos vividos entre os povos de Abya Yala, originários, anteriores, filhos da terra: paisagens de mundos visíveis e não visíveis. 

Convite para uma escrita coletiva de histórias de sonho e de busca. 

Encontro 2 (21/7)
Novamente ao redor do fogo, olhando as estrelas e compartilhando histórias: travessias de sertões, viagens para fora e para dentro. Mundos esquecidos, mundos revelados: pajés, tecedeiras, rezadeiras, povos da seca e da chuva, histórias de encantamentos, de cura, de morte-vida, mundos indígenas e sertanejos. 

Continuaremos a escrita coletiva de viagens e travessias. 

Encontro 3 (26/7)
Na roda em volta do fogo, sob o céu sustentado pelos pajés, falaremos dos invisíveis: povos que preferem não se dar a conhecer. Que preferem o afastamento; que afundam cada vez mais no mato pouco que resta. Histórias de encontros fugazes, de avistamentos, de flechas atravessando o medo e o coração. 

A escrita coletiva continuará com as flechas que cada um/uma disparar ou receber.

Encontro 4 (28/7)
Lugares possíveis de encontros verdadeiros: pisando a terra alheia com reverência e cuidado. Arte, escola, cinema, literatura: traduções interculturais indígenas. Nossos encontros e desencontros nessas travessias. Nosso devir indígena. 

Apreciação da escrita coletiva e convite a novas escritas. 

Leituras e filmes recomendados

ALMEIDA, Maria Inês de. Desocidentada: experiência literária em terra indígena. Belo Horizonte: UFMG, 2009. 

BENJAMIN, Walter. A arte de contar histórias. São Paulo: Hedra, 2018. 

CLASTRES, Pierre. A Sociedade contra o Estado: pesquisas de antropologia política. São Paulo: Cosac Naify, 2003 [1974]. 

ESBELL, Jaider. Textos diversos disponíveis em: http://www.jaideresbell.com.br/site/ 

KOPENAWA, Davi; ALBERT, Bruce. A queda do céu: palavras de um xamã yanomami. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. 

KRENAK, Ailton. Biblioteca do Ailton Krenak. Acessível em: https://www.notion.so/Biblioteca-do-Ailton-Krenak-cd46ab5c7c4448ffb3111f3c9ef833d9

LÉVI-STRAUSS, Claude. Olhar escutar ler.  Trad. de Beatriz Perrone-Moisés. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

MIRA! Catálogo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2014.

MIRA! Dossiê Mundo Amazônico, Mundo Amazónico 5, Letícia, Universidad Nacional de Colombia, 2014. 

TODOROV, Tzvetan. A beleza salvará o mundo: Wilde, Rilke e Tsvetaeva: os aventureiros do absoluto.  Tradução de Caio Meira. Rio de Janeiro: DIFEL, 2011. 

Já me transformei em imagem – Zezinho Yube. Disponível em: https://vimeo.com/390819336

Shuku Shukuwe: a vida é para sempre. Pajé Agostinho Iká Muru. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ERbCuWALcMk

Quando os Yamiy vem dançar conosco – Isanl Maxakali. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=B5lAmaLXk5M

Quem é a professora?

mara vanessa

Lá pelos seus 20 anos, Mara Vanessa começou a nascer para outros mundos no Vale do Jequitinhonha; seus artistas fizeram o parto. Depois, a arte me levou para os índios, nas pesquisas e montagens de espetáculos multimídia do Grupo Curare, em Minas Gerais; os índios me pegaram pela mão, pelo afeto, pela beleza e me levaram para o resto da vida. Uma vida feita de andanças, paisagens, encontros. Eu andarilha peregrina, marcada pelo desejo de permeabilidade, pelo encantamento das línguas e culturas, pela busca sempre atenta das estéticas e pela escuta. Sobretudo, pelo desejo.

Sou uma contadora de casos, de histórias, uma vivente que narra porque a experiência quer se comunicar. Por isso, o convite é para tecer conversas ao pé do fogo, sob o céu estrelado e as altas copas, no círculo que nos protege e nos torna cúmplices, na dimensão exata de nossa existência entre tantas outras, visíveis e invisíveis. Poeira de estrelas.

 

Quando

Dias  19, 21, 26 e 28/7
Das 19h às 21h

Onde 

Online
As informações de acesso serão disponibilizadas por e-mail.

Público

Geral

Investimento

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