Sobre o curso
O desejo deste curso é escavar as ruínas da nossa história através de fotografias, e então acordar memórias adormecidas em camadas mais profundas para lhes atribuir voz. Retratos são registros fixos no tempo e vasculha-los é tanto encontrar recordações como lacunas de nossa história. Nesta arqueologia, cada pedaço recolhido de história de vida servirá para saudar nossa ancestralidade e também preencher frestas do esquecimento, através da reinvenção de si. Assim criaremos um exercício poético com nossa história anunciando uma arqueofotologia num rito celebrativo de recontar o que foi vivido. Uma imagem fotográfica acontece através da ação de uma energia radiante exposta à luz, assim também nossas memórias serão ‘re-veladas’, expostas à luz de nossa criação.
Roteiro do curso
Primeiro encontro (21/07) – O rito de passagem das fotografias. Abertura da jornada a partir do conto-invenção “Rito da renomeação da Terra de Santa Cruz: lugar de muitas rainhas e reis”.
Segundo encontro (28/07) – A escavação dos nossos ossos: olhando fotografias antigas e revivendo imagens no tempo. Neste encontro, partimos da perspectiva que uma história é composta por camadas sobrepostas no tempo e vamos em busca de dar voz ao que não foi dito.
Terceiro encontro (04/08) – Escrever para narrar: as fotografias de família como matéria para a reescrita de nossa história de vida. Ou, a arte não como fixação do eu, mas como ficção do eu.
Quarto encontro (11/08) – Somos aquilo que narramos: rito como voz do mito.
Quinto encontro (18/08) – Troca dos ritos de passagens das fotografias (exercícios poéticos): “Outros retratos e novas histórias: e então a vida é surpreendida pelo encantamento da reinvenção”.
Bibliografia
- Abamben, Giorgio. O que é o contemporâneo? In: O que é o contemporâneo e outros ensaios.
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4332647/mod_resource/content/3/contempagamben.pdf
- Gagnebin, Jeane-Marie. O rastro e a cicatriz: metáforas da memória. In: Lembrar. Esquecer. Escrever.
- Robles, Martha. Antígona. In: Mulheres, mitos e deusas: o feminino através dos tempos.
Filmografia:
– Nostalgia da Luz / Nostalgia de La Luz – documentário. 2010: Patrício Guzmón
– Rito de Passagem – documentário. 2005 Realização: IDETI Direção: Angela Pappiani e Silvio Cordeiro
Sobre a professora
Sandra Lessa é autora dos livros “Foral das Ilhas: histórias de vida para além de um hospital” (2020, Arte Despertar e Proac); “O Narrador está em quem ouve: o estudo de histórias de vida no trabalho do ator performer” (2013, UNICAMP e NEA Edições Acadêmicas). Trabalha como narradora para o Instituto Museu da Pessoa de São Paulo e em hospitais públicos pela Associação Arte Despertar. Na área da memória e da cena contemporânea atuou como atriz e performer com Anna Maria Maiolino (performances In-atto, “É”, “Por um fio”), com coletivo alemão Rimini Protokoll no áudio-tour “Remote SP”, e com Núcleo Bartolomeu de Depoimentos no espetáculo “Memórias Impressas”. Em 2019 dirigiu a o espetáculo “Peça para Lembrar – memórias de moradores do Jaguaré” pelo Projeto Palco.
Interesse por novas turmas
Quando
Dias 21 e 28/7; 04, 11 e 18/8 (terças-feiras)
Horário; Das 19h às 21h
Todos os encontros são gravados, portanto é possível fazer a inscrição após o início do curso e ter acesso ao conteúdo anterior
Onde
Online
As informações de acesso serão disponibilizadas por e-mail.
Público
Geral
Turma
30 pessoas
Investimento
R$190,00
em até 4x sem juros ou
7% de desconto à vista pelo PagSeguro.