Sobre o curso
Ateliê de voz é um lugar para a experiência, a criação, a escuta e o cuidado com a voz. Buscaremos aproximar a voz e a escuta como um convite ao encontro e à abertura de espaços para a investigação das muitas vozes que nos habitam.
Ao narrar a própria história – nesse espaço aberto para a investigação -, cada pessoa traz para o encontro os fios de sua narrativa, traçando e trançando uma rede coletiva de sentidos para a própria voz.
Da biologia à biografia: na pesquisa da anatomia e da fisiologia, suas poéticas e materialidades corpóreas, buscaremos as muitas possibilidades de enunciar com a voz e de escutar a si e a(o) outra(o). A voz-corpo: fluxo respiratório, fluxo da voz, a fonação, os articuladores, as ressonâncias; a percepção de ajustes corporais-vocais é ao mesmo tempo matéria e abstração, instrumento e subjetividade, lugar de experimentar uma arte da voz.
Na intimidade da escuta da própria voz e da escuta da voz da(o) outra(o) buscaremos compreender quais são os efeitos de sentidos, como afetamos e como somos afetadas(os) pelo encontro de quem diz/canta/lê/recita/conta com quem ouve. Experimentaremos outros lugares de expressão, como num ensaio, a partir do uso de recursos vocais (tom de voz, entonação, intensidade, timbre, velocidade, ênfases, alongamentos e pausas) para que cada uma (um) possa ter mais liberdade nos modos de se expressar.
Do silenciamento à criação: nesse percurso, a voz-experiência se mostra como caminho possível para se chegar à voz própria e abre para a criação de lugares de/para a (re)existência de outros modos de (se) enunciar.
Primeiro encontro (9/3)
Escutar a voz como possibilidade de fluxo;
Narrar a voz: silenciamentos e aberturas para enunciar com voz própria;
Poéticas da anatomia e fisiologia da escuta.
Segundo encontro (16/3)
Poéticas da anatomia e fisiologia da voz;
Cuidar da voz, cuidar de si, cuidar do outro, cuidar da escuta;
Voz-corpo: observação e experimentação dos ajustes corporais.
Terceiro encontro (23/3)
Respirar como fluxo vida-voz;
Voz como linguagem;
Voz e criação de efeitos de sentido. Recursos vocais. Prosódia.
Quarto encontro (30/3)
A Voz-experiência. Narrativas, Poéticas, Ensaios. Como dizer da voz-experiência?
A voz-própria.
Bibliografia
Bagno, Marcos. Preconceito Linguístico: o que é, como se faz. São Paulo: Edições Loyola, 2004.
Barcena, Fernando. El Delirio de las palavras: ensayo para una poética del comienzo. Barcelona: Herder Editorial, 2004.
Bosi, Ecléa. Memória e Sociedade: lembranças de velhos. São Paulo. Companhia das Letras, 2004.
Cavarero, Adriana. Vozes Plurais: filosofia da expressão vocal. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2011.
Flusser, Vilém. Gesto. São Paulo: Annablume, 2014.
Hooks, Bell. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2013.
Larrosa, Jorge. Tremores: escritos sobre experiência. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2014.
Nogueira, Isabel Porto. Lugar de fala, lugar de escuta: criação sonora e performance em diálogo com a pesquisa artística e com as epistemologias feministas. Revista Vórtex, Curitiba, v.5, n.2, 2017, p.1-20.
Oliveros, Pauline. Deep Listening: a composer´s sound practice. New York Lincoln Shangai, 2005.
Orlandi, Eni Puccinelli. As formas do silêncio: no movimento dos sentidos. Campinas: Editora da Unicamp, 2007.
Skliar, Carlos. Desobedecer a linguagem: Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2014.
Sundberg, Johan. Ciência da voz: fatos sobre a voz na fala e no canto. São Paulo. Edusp, 2015.
Zumthor, Paul. Escritura e Nomadismo: entrevistas e ensaios. Trad. Jerusa Pires Ferreira, Sonia Queiroz. Cotia. SP: Ateliê Editorial, 2005.
Quem é a professora?
Renata Gelamo, arte-educadora e produtora cultural, é graduada em Fonoaudiologia, mestre em Estudos Linguísticos e doutora em Artes pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). Professora dos cursos de pós-graduação “Canção Popular: criação, produção musical e performance” e “Pedagogia vocal: expressão e técnica” na Faculdade Santa Marcelina – FASM; professora do curso de pós-graduação “Narração artística: caminhos para contar histórias em contexto urbano” na FACON/A Casa Tombada. Faz parte do Vocal SP, grupo formado por profissionais que promove discussões interdisciplinares sobre a voz. Pesquisa e orienta trabalhos nas áreas de voz, escuta, narrativa, pedagogia vocal, cultura popular e canção.
Quando
Dias 9, 16, 23 e 30/3 (às terças-feiras)
Das 19h às 21h
Onde
Online.
As informações de acesso serão disponibilizadas por email.
Público
Qualquer pessoa interessada em voz. Não há pré-requisitos.
Turma
30 pessoas
Investimento
R$ 200,00
PagSeguro
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