“o saber não vem das fontes?”
(Manoel de Barros)

Desde a noite dos tempos, mitos de criação e origem recordam que somos partícipes, mantenedores e cocriadores da existência. Convocam nossa potência de recriar mundos e realidades.

O convite é abrirmo-nos a um rico repertório de imagens, saberes e cosmovisões; experimentarmos os mitos pelos sentidos em proposições plásticas, literárias e poéticas. 

Em tempos tão áridos, ouvir e se fazer permeável a mitos de criação de povos originários é um gesto poético-político de alteridade que nos instiga a cultivar o estranhamento como um exercício fértil.

Percurso das aulas

Encontro 1 (24/01)
Dentro do Grande Início: o mundo inacabado e o gesto criativo

Encontro 2 (25/01)
Metamorfoses e o devaneio da matéria: brotações da terra, do fogo, da água e do ar

Encontro 3 (26/01)
O mito como linguagem: leituras do casco da tartaruga

Encontro 4 (27/01)
Mitos de criação e o desenho de outros mundos: histórias do início, do fim e do início

Proposições:

• escuta e leitura de mitos dos povos originários brasileiros e de outros povos;
• escrita, experimentações plásticas e SoulCollage®;
• textos e olhares teórico-poéticos;
• um oráculo mítico;
• organização de publicação coletiva com trabalhos criados no percurso.

Lista de material:

• Tinta guache (quantas cores tiver)
• Pincel, pano para secar o pincel, pote para água
• 1 folha de cartolina branca ou 1 folha de papel craft do tamanho de uma cartolina ou maior
• Jornal velho
• Caixa com trecos e pequenas sucatas. Por exemplo: tampinhas, barbantes, arame, palitos, pedaços de papel, clips, caixas vazias etc.
• Imagens de revistas
• Cola bastão (sugerimos o bastão pequeno da marca Prit)
• Cola líquida branca (embalagem pequena)
• Tesoura
• 5 folhas de papel ofício A3
• 2 folhas de papel canson A4 (ou papel A4 com gramatura acima de 90g)
• 1 folha de papel canson A3 (ou papel A3 com gramatura acima de 90g)
• Material para desenho. Pode lápis de cor, giz de cera, giz pastel, hidrocor etc.
• Argila – 500 gramas (compra-se em papelaria)

Referências bibliográficas:

Fittipaldi, Ciça. Série Morená. São Paulo: Melhoramentos.

Prandi, Reginaldo. Mitologia dos Orixás. São Paulo: Companhia das Letras

Roda de Histórias Indígenas. Poranduba. Rio de Janeiro: Editora Nau.

Gentil, Gabriel dos Santos. Mito Tukano – Quatro Tempos de Antiguidades. Ed. Waldgut.

Umusi Parõkumu e Torãmu Kehiri. Antes o Mundo não existia – Mitologia dos Antigos Desana – Kehiripõrã. Desenhos de Luiz e Feliciano Lana

Werá Jecupé, Kaká. A terra de mil povos – História indígena do Brasil contada por um índio. São Paulo: Fundação Peirópolis

Popol Vuh – o esplendor da palavra antiga dos maias-quiché de Quauhtlemallan: aurora sangrenta, história e mito. São Paulo: Ubu Editora

Campbell, Joseph. As máscaras de Deus (volumes I, II, II e IV). São Paulo: Palas Athena.

Eliade, Mircea. Mito e realidade. Coleção Debates. São Paulo: Perspectiva.

von Franz, Marie Louise. Mitos de criação. São Paulo: Paulus.

Kopenawa, Davi e Albert, Bruce. A Queda do Céu: palavras de um xamã Yanomami. São Paulo: Companhia das Letras