Sobre o lançamento
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No dia 19 de julho (sexta-feira), às 19h, será exibido na Casa Tombada o documentário Eco – Cantos da Terra como parte de uma série de encontros que visam problematizar a clínica contemporânea por meio da noção de produção de subjetividade, projeto que tem coordenação de Margaret Chillemi.
O filme, com duração de 60 minutos, é um registro da pesquisa e do processo composicional do concerto “ECO”, produzido pelo compositor o Rodrigo Reis, e apresentado no Instituto de Artes da UNESP, em São Paulo. A principal motivação de Rodrigo para produzir o vídeo-documentário, foi compartilhar com o público geral como é o cotidiano de trabalho de um compositor contemporâneo durante um processo criativo. Entretanto, vai mais além quando se propõe também a colocar em questão o Antropocentrismo e os modelos patriarcais no contexto da modernidade racional-científica-industrial que inscreve seus valores hegemônicos em paradigmas hierárquicos e predatórios.
Na obra composta para um conjunto orquestral e vozes, o Rodrigo utilizou elementos como galhos de árvore, apitos ornitológicos e motosserra com o propósito de fazer uma dura crítica às políticas ambientais vigentes. Em ressonância com o microtonalismo do compositor Giacinto Scelsi e na trilha de Bernie Krause, o filme mostra o projeto bioacústico de gravações da fauna na região serrana do sul de Minas Gerais, onde os cantos de 18 aves foram transcritos em partituras e orquestrados.
Além disso, investiu na linguagem da performance em diálogo com os pensamentosde Nietzsche, Deleuze e com a Estética da Crueldade de Artaud para expressar e dar visibilidade a valores eco-ético-estéticos.
Núcleo de Subjetividade e Contemporaneidade
Em encontros que visam problematizar a clínica contemporânea por meio da noção de produção de subjetividade e acontecem de tempos em tempos, sem uma periodicidade definida, convido uma pessoa para conversar sobre algum tema. Até então, os encontros vinham se dando no meu espaço clínico. Com a mudança da clínica para A Casa Tombada, a Casa passa a acolher junto comigo a atividade.
Até agora foram abordados muitos assuntos por meio de diferentes modalidades: experimentações na expressão teatral; como em nós se produz um homem; experiências literárias; sexo e drogas na perspectiva educacional, entre outros.
Além dos encontros estarem relacionados com os agenciamentos subjetivos contemporâneos, o mais importante é a forma como se arranjam e a sua capacidade de afecção. Pois, o que vem me movimentando a convidar algumas pessoas para estarmos juntos, conversando com mais pessoas, são as forças capazes de mobilizar afectos e nos lançar para outros lugares, inventar outros modos de ser. São encontros onde o paradigma ético-estético-político guia um modo de estar na vida. E é a potência desses encontros que faz crescer a vontade de compartilhar com mais pessoas, de produzir outras reverberações.
O convite para o Rodrigo Reis de apresentar e conversar sobre o seu documentário Eco-Cantos da Terra se dá nesse clima. Nos nossos encontros, aprendemos muito um com o outro.
O Rodrigo, a meu ver, além de ser um clínico e um multiartista, é um ativista, não só ecológico, mas um ativista a favor da vida em todas as suas instâncias. Sendo um inteligente e sensível problematizador das questões da vida, realizou um documentário, a partir das suas investigações, estudos, performances e intervenções, com a diretora independente Tânia Campos, documentarista e diretora do filme, também vai nos presentear com a sua presença.
Margaret Chillemi
Coordenadora do Núcleo de Subjetividade e Contemporaneidade
Trailer https://vimeo.com/
FICHA TÉCNICA:
Direção e edição: Tania Campos
Roteiro e Produção: Rodrigo Reis
Voz: Celina Ramos
Masterização: Flávio Tsutsumi
Sobre o compositor – Rodrigo Reis é compositor e regente (2016), com pesquisa e produção voltada para a Ecomúsica pelo Instituto de Artes (IA) da UNESP-SP, teve seu trabalho científico premiado e seu concerto transformado, pelas mãos da cineasta Tania Campos, no longa documental ‘ECO Cantos da Terra’. Atualmente é pesquisador em Artes Performativas no IA-UNESP, onde coordena o Núcleo de Estudos sobre Novas Metodologias de Pesquisa em Artes. É curador do Cine Volver no Lab Mundo Pensante. Desde 2003, agencia o Ecosofia – rede heterogênea, itinerante, autônoma e colaborativa de estudo, pesquisa e intervenção, que articula Arte-Klínica-Micropolítica em espaços públicos, culturais, educativos e terapêuticos.
Sobre a diretora – Tania Campos é uma documentarista e editora, formada em Cinema. Utiliza o método cartográfico para registrar processos artísticos e clínicos. É integrante do Cinema de Prática, um projeto de curadoria e exibição de produções independentes, na Casateliê.
Dirigiu o documentário ‘ECO Cantos da Terra’ sobre o concerto de Rodrigo Reis. Mantém o “Diário de Imagens”, uma cartografia aberta na internet, desde 2009, sobre o cotidiano, o tempo e as relações entre as micro e macro camadas da cidade.
Sobre a coordenadora do Núcleo de Subjetividade e Contemporaneidade. Margaret Chillemi possui Graduação em Psicologia; Especialização em Coordenação de Grupos Operativos, Mestrado em Psicologia Social e da Personalidade – (PUC – RS) e Doutorado em Psicologia Clinica pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas da Subjetividade (PUC – SP). Já se divertiu bastante dando aulas em universidades. Seu campo de investigação e pesquisa é a Produção de Subjetividade Contemporânea em suas diversas modalidades de encontro, especialmente os encontros amorosos e clínicos. Trabalha como terapeuta e supervisora clínico-institucional a partir de alguns referenciais da Filosofia da Diferença, onde o cinema, a música e a literatura são partes dos dispositivos clínicos, da constante invenção de um projeto chamado Clínica: como uma obra aberta.
Quando
19/07
(sexta às 19h)
Público
Interessados nos temas.
Turma
20 vagas
Investimento
Grátis