Sobre o curso
Concepção e coordenação: Ângela Castelo Branco
RESUMO:
Esse curso pretende ser uma pequena introdução à história da escrita por meio do conceito de gesto. Segundo Agambem (2018), o gesto não é nem um meio nem um fim: é a exibição de uma pura medialidade. Mas, então, o que pode um gesto sem uma intenção de comunicabilidade prévia? Pode, pela primeira vez, explorar, sondar e mostrar todas as possibilidades de que é capaz. E na escrita? O que pode o gesto na escrita? Ao entrarmos em contato com os gestos de escrita na história da nossa cultura podemos nos dar conta de que escrever não é um conceito único, é uma mistura íntima entre as histórias narradas, o suporte, o instrumento, a língua e o lugar. Escrever é um gesto humano que nos aproxima e, ao mesmo tempo, nos distancia do conhecimento que temos de nós mesmos. Percorreremos essa reflexão por meio de encontros entre o passado e o futuro da escrita, e suas relações com as artes visuais, caligrafia, design gráfico, performance e estudos do corpo. Faremos oficinas práticas e teóricas buscando os gestos do desenho, da sobreposição, da caligrafia japonesa, da tipografia, da escrita à mão, do bordado, da monotipia, da máquina de escrever e do corpo, buscando nos aproximar do presente desse gesto escrever.
APRESENTAÇÃO:
Um dia, alguém fez uma inscrição na argila. Primeiro gesto. No outro, alguém percebeu que o sistema de códigos antes destinado ao comércio (e para as leis) também poderia escrever histórias. Segundo gesto. A partir daí, nasceu a literatura. Era preciso encontrar o melhor alfabeto para registrar o canto, as memórias de luta de um povo,
juntar essas histórias em um único livro, guardar mitos de origem,
unir todo o conhecimento do mundo em uma única biblioteca,
sobreviver aos dilúvios,
esculpir as palavras de deuses em uma pedra,
descobrir o melhor suporte, empilhar folhas substituindo o pergaminho,
alisar a superfície para caber mais e mais informações e fazer a caligrafia deslizar,
guardar para as gerações futuras as palavras daqueles que muito ensinaram e nada escreveram,
criar uma narrativa para juntar todas as outras,
reproduzir livros em massa, imprimir,
criar uma máquina-mão do estado publicador e autorizador de textos oficiais,
fazer as histórias de um território chegar a outros mundos, conhecer outros mundo pela leitura,
usar a escrita para manifestos, jornais informativos, ir contra a corrente, usar histórias contra histórias,
enfrentar autoritarismo e a censura escrevendo, queimando e decorando de novo o mesmo texto,
perceber que, no mundo do capital, tudo é capital, e aquele que escreve deve publicar e produzir a si mesmo.
E agora, qual o futuro da escrita?
A tecnologia está prestes a matá-la? Se o livro morrer, vai ser por assassinato, disse Deleuze. Vai ser por tanto falarmos que ele morreu.
Sabemos que a única chance de sobrevivência da escrita é a leitura, é a educação.
E a pergunta continua. O que fez a escrita surgir e continuar se reinventado?
Talvez o gesto de levantar a cabeça e querer olhar mais além. Um gesto de interrupção no gesto de antes. Talvez.
Gestos do passado e do futuro que nos ajudam a pensar o presente.
Levantemos os nossos gestos de escrita. De agora.
JUSTIFICATIVA:
Sabemos que, no imaginário geral, que a prática escrita ainda é considerada “para poucos” ou para aqueles que possuem talento, inspiração ou dom inatos. A proposta deste curso é suspender essa crença que foi muito difundida no Brasil, por volta dos anos de 1920 a 1940, período em que a organização das cidades passou por mudanças radicais (do modo de vida rural para o urbano) e a escola teve um papel fundamental de homogeneização da cultura, e, sobretudo, da língua nacional. E a aprendizagem da língua, tanto oral quanto escrita, passou a ser um exercício descontextualizado de assimilação de regras e técnicas isoladas, como coordenação motora, caligrafia, exercícios de memorização, treinos de vocábulos, etc. sem levar em consideração a produção de novos sentidos de mundo que a língua nos permite. Tal histórico pode ter contribuído para o distanciamento que muitos possuem em relação à escrita. Este curso pretende dialogar com estas questões por meio da compreensão da escrita como experiência, a partir do entendimento do gesto (Agamben, 2018) como uma prática que não possui uma finalidade prévia e, nesse sentido, o gesto de escrita não seria aquele que quer significar, que quer percorrer um dizer a priori, mas que nasce da necessidade do corpo de produzir marcas, sinais daquilo que se está a ver e a escutar, pretendendo ser uma “retomada” ou “encontro” com a palavra de cada um.
Muito se fala hoje em dia da leitura como uma prática de prazer e ainda pouco se fala da escrita também como prática do prazer (trabalhamos sempre com a perspectiva da sua funcionalidade, mesmo no campo da literatura e da poesia). A aposta desse curso é que o gesto da escrita pode nos restituir esse prazer, por meio do encontro com as suas inscrições no mundo e com os sentidos não previstos que um corpo ainda é capaz de produzir.
PROGRAMA DOS ENCONTROS:
Aula 1: Introdução ao Gesto, com Ângela Castelo Branco. (data: 10/09)
Aula 2: Do desenho a escrita, com Edith Derdyk. (data: 17/09)
Aula 3: O método glosa, com João Gomes (data: 24/09)
Aula 4: Caligrafia japonesa, com Rafael Tadashi Miyashiro. (data: 01/10)
Aula 5: Escrever à mão, com Pedro Gabriel (Eumechamoantonio) (data: 08/10)
Aula 6: A imagem da tipografia, com Marcio José Freitas (data: 15/10)
Aula 7: A escrita e a Monotipia, com Biba Rigo (data: 22/10)
Aula 8: Bordar a escrita que uma carta suporta, com Rochele Sá (data: 29/10)
Aula 9: Sobre a máquina de escrever, com Camila Campos (data: 05/11)
Aula10: Experimentos entre a escrita e o corpo, com Pedro Furtado (data: 12/11)
REFERÊNCIAS
Agamben, Giorgio. Por uma ontologia do gesto. Belo Horizonte: Chão da feira, 2018. Consultado em: https://chaodafeira.com/catalogo/caderno-n-76-por-uma-ontologia-e-uma-politica-do-gesto/ 20/06/2019.
Galard, Jean. A beleza do gesto: uma estética de condutas. São Paulo: Edusp, 1997.
Greiner, Cristine. O corpo em crise: novas pistas e o curto-circuito das representações. São Paulo: Annablume, 2010.
Miyashiro, Rafael Tadashi. Gestos da Escrita. Tese de doutorado, Unicamp, 2015
Puchner, Martin. História da Escrita. Como a literatura transformou a civilização. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
Salles, Cecilia Almeida. Gesto inacabado: processo de criação artística. São Paulo: Annablume, 2004.
-O Certificado será entregue mediante envio de toda a documentação, quitação das parcelas e presença em até 75% do curso.
Detalhamento das aulas
Aula I: Introdução ao gesto, com Ângela Castelo Branco, dia 10/09, a partir das 19h30
Nesse encontro construiremos um caminho entre o conceito de gesto (Agamben, 2018) e a história da escrita por meio de gestos singulares, a partir do livro-referência O Mundo da Escrita de Martin Puchner (2019). Faremos exercícios práticos de escrita-corpo, escrita-experiência.
Ângela Castelo Branco é doutora em Artes pelo Instituto de Artes da UNESP. Mestre em Educação pela UNESP. Poeta e arte educadora. Fundadora d’A Casa Tombada- Lugar de Arte, Cultura, Educação. Coordena ações educativas em exposições de artes visuais e literatura como A Biblioteca à noite no SESC Avenida Paulista, Exposição REVER – Augusto de Campos, no SESC Pompeia. Possui publicações na área da literatura e pesquisa sobre escrita na Universidade de Belas Artes em Lisboa-Portugal. É professora de escritura nos cursos de pós-graduação “A arte de contar histórias – abordagens poética, literária” e performática e “O livro para a infância” – realizados pela Casa Tombada em parceria com a Facon. É autora dos livros Epidermias e “É vermelho o início da árvore”. Escreve no www.angelacastelobranco.blogspot.com.
Aula II: Entre o desenho da escrita e a escrita do desenho, com Edith Derdyk, dia 17/09, a partir das 19h30
O desenho e a pantomina são as linguagens mais antigas e permanentes que existem: atravessaram o arco da história desde os tempos imemoriais até agora-já. Do desenho, os gestos inscritos nas matérias do mundo cifram sinais, riscos, traços, índices de passagem – alguém passou por aqui!
E estes sinais cifrados, o enigma da construção da palavra – do som impalpável, originalmente esculpido no ar à imagem-sinal ,cavoucada e estampada nas superfícies, convocam campos de pouso. Sinalizar, tracejar, decifrar, inscrever, cavoucar memórias e lançar imaginários através do gesto que desenha e presentifica tudo aquilo que se nomeia ou é nomeado. E entre as coisas do mundo e as palavras, existe um vão, uma cisão ontológica em que os desígnios presentificados pelo desenho-gesto-imagem emergem como dispositivos possíveis para a captura impossível do ser e estar no mundo.
O ato de desenhar e o ato de escrever, de algum modo, em algum momento, coincidem. E se entrecruzam pois se originam de um corpo que percebe, que pressente, que recorda, que se movimenta, que imagina, que observa, que caminha, que traça, rabisca, cavouca, inscreve, cinde: desenha e escreve.
Desenhar e escrever são como caminhar – um ponto atrás do outro, uma letra atrás da outra, um passo atrás do outro – eis o convite para nosso percurso.
Edith Derdyk _exposições coletivas e individuais desde 1981 no Brasil (Museu de Arte Moderna- SP e RJ; Pinacoteca do Estado de São Paulo, Centro Cultural Banco do Brasil-RJ; Museu de Arte de São Paulo, Centro Cultural São Paulo, Instituto Tomie Ohtake, entre outras) e no exterior (México, EUA, Alemanha, Dinamarca, Colômbia, Espanha, Portugal, França, Suécia). Prêmios.Bolsas.Residências: 2017/18. Edital Fundação Marcos Amaro; 2017. Título Doctora Honoris Causa_17,Instituto Estudios Criticos_Cidade do México.México; 2015.Edital PROAC_Incentivo à Literatura_Poesia; 2014. Edital PROAC_Livro de Artista; 2013_Residência_Can Serrat_Espanha; 2012_Prêmio Funarte Artes Visuais; 2007_ Residência_The Banff Centre_Canadá; 2004_Prêmio Revelação Fotografia Porto Seguros;2002_Bolsa Vitae de Artes; 2002_Categoria Tridimensional _APCA; 1999_The Rockefeller Foundation_artista pesquisadora_Bellagio Center, Itália; 1993_Artista residente_MAC-USP/Vermont Studio Center_USA; 1990_ Bolsa Fiat_Artes Visuais. Livros: A pesar, a pedra_Ed.Patuá; Edith Derdyk -1997 a 2017_Edições A; Entre ser um e ser mil – o objeto livro e suas poéticas (organizadora)_Senac; Disegno.Desenho.Desígnio(antologia)_Senac; Linhas de Horizonte_Ed.Escuta 2001/reeditado 2010; Linha de Costura_C/Arte 1997/ reeditado 2007; Formas de pensar o desenho_Ed.Zouk 1988/reeditado 2010; O desenho da figura humana_Ed.Scipione, entre outros. Livros Infantis Autorais: Todo mundo tem_Ed.Hedra; Rato_Ed.Cosac&Naify e Melhoramentos, coleção Folia de Papel_Ed.Jujuba, O colecionador de palavras_Ed.34;, Fábulas.Alegorias.Adivinhações_Ed.SM; Coisa com Coisa_Ed.Move e outros) ; letristade algumas canções do Palavra Cantada; parceira do espetáculo Catopleia –alegorias musicais, com Luz Marina (letras e concepção visual). Educadora: Ministra aulas e palestras sobre desenho, livro de artista e processos poéticos em instituições: Instituto Tomie Ohtake, Centro Cultural o_barco, Casa Contemporânea, A Casa Tombada. Coordena Pós Graduação Lato Sensu “Caminhada como método para Arte
e Educação”_A Casa Tombada e a plataforma “Bagagem: caminhada como prática poética” www.bagagem-caminhada.com.
Aula III: O método glosa, com João Gomes, dia 24/09, a partir das 19h30
A Glosa, como comumente ficou conhecida a obra de acomodação gráfica, textual e hermenêutica do texto bíblico e de seus comentários autorizados (que se tornaram autoridades e que produzem autoridade) teve uma origem modesta no contexto das aulas ministradas por Anselmo de Laon e seu irmão Raul entre o fim do século XI e o início do século XII. Até onde nos é possível afirmar a compilação dos comentários exegéticos patrísticos que acompanhavam as Escrituras (no início as Epístolas de Paulo e os Salmos) nesses cursos funcionavam como instrumentos de acesso prático e sintético ao nível de interpretação literal e alegórico do texto bíblico. Simultaneamente, a estruturação gráfica do texto comentado e de seu aparato (interlinear e marginal em variados graus de complexidade ao longo dos séculos) criou uma estrutura visual completamente nova para a leitura e a produção de sentidos sobre e à partir da escrita. Apresentaremos e analisaremos historicamente essa estrutura, que se expandiu para comentários de outros gêneros textuais, como o jurídico e o literário, preferencialmente como um método e uma forma de apresentação e apreensão visual do texto.
João Gomes é bacharel (PUC-SP) e mestre em História Social (Unesp). Passou um período de pouco mais quatro anos de pesquisas na França junto à l’Université de Paris-I La Sorbonne e da École Pratique des Hautes Études. Foi professor substituto na disciplina de História Medieval I na Unesp-Franca, professor especialista visitante na Unicamp onde tratou da “arqueologia histórica da coletividade indefinida na Idade Média” e ministrou cursos na PUC-SP, no CPF-SESC-SP, no MAM (Museu de Arte Moderna de São Paulo) sobre Georges Didi-Huberman e de Giorgio Agamben, na Casa Tombada e na La Matrioska-uma escola de luta. Nestas duas últimas tratou da obra de Maurice Blanchot, Giorgio Agamben e da sociologia da multidão. Foi curador das seguintes exposições: “Desafortunados: fotos do primeiro albergue noturno de São Paulo” no Museu da Cultura da PUC-SP e de sua transposição para a Galeria Prestes Maia durante a Semana de Direitos Humanos; “Corpos que percorrem um espaço dividido” no MINC/FUNARTE de São Paulo; “Cicatrizes” individual de Laz Camargo no SESC-MT.
Possui publicações em revistas e obras coletivas no Brasil e na França.
Aula IV: Caligrafia Japonesa: entre os gestos, o corpo e a palavra, com Rafael Tadashi Miyashiro, dia 01/10, a partir das 19h30
A caligrafia japonesa é formada por diversos gestos, mas especialmente dois são decisivos na sua criação: os gestos precisos e os gestos singulares. Os primeiros colocam o corpo em seu kata, a sua forma. Esses kata não apenas disciplinam o corpo, mas o conectam no presente, passado e futuro da escrita. Já os gestos singulares potencializam a expressão pessoal da palavra, por meio do ki (energia físico-psíquica), ma (intervalo de tempo, espaço e tempo-espaço) e kokoro (mente-coração) de cada um – reforçando afetos, determinando escolhas e eleições. Esses dois gestos se sobrepõem e potencializam uma caligrafia japonesa pessoal, dinâmica e sincera.Nesta aula refletiremos sobre esses gestos, por meio de exposição teórica e uma breve introdução prática.
Rafael Tadashi Miyashiro é designer gráfico formado pela Universidade Mackenzie. Mestre em Artes e Doutor em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Unicamp. Pratica caligrafia japonesa desde 2002. Tem como interesses de pesquisa, além da caligrafia japonesa, as artes da escrita ocidental (tipografia, caligrafia e lettering) e a sua relação com o corpo. Foi docente na Universidade Mackenzie (2008-2015) e atualmente leciona no Centro Universitário Belas Artes.
Aula V: Escritos são ex-gritos- escrever à mão com Pedro Gabriel, dia 08 de outubro, a partir das 19h30
A escrita à mão mantém a possibilidade de errar um traço descobrir um novo caminho criativo. É a partir do con-tato das mãos com o traço das letras que vamos percorrer esse encontro, com o objetivo de lembrar de nossas memórias de escrever à mão mas também, experimentar novas possibilidades, abrir outros gestos.
Pedro Gabriel nasceu em N´Djamena, capital do Chade, na África. Chegou ao Brasil aos 12 anos, sem saber falar português. A constante busca pela compreensão da língua acabou virando inspiração para a poesia que segue compondo. Publicitário, inaugurou o perfil Eu me chamo Antônio no final de 2012 para compartilhar o que rabiscava com caneta hidrográfica em guardanapos nas noites dos bares do Rio de Janeiro. É autor dos livros Eu me chamo Antônio (2013), Segundo (2014) e Ilustre Poesia (2016).
Aula VI: A Imagem da Escrita Tipográfica, com Marcio J. Freitas, dia 15/10, a partir das19h30
O encontro tem por objetivo discutir a tipografia do ponto de vista de sua imagem. Considerando que tipografia é a reprodução em série da palavra escrita e que na escrita coexistem valores verbais e visuais, a intenção é encontrar uma maneira possível de se concentrar sobre o aspecto não-verbal da tipografia. Para tanto, partimos dos estudos da poeta e artista Ana Hatherly (1925–2015) e do historiador Aby Warburg (1866–1929) no sentido de descontextualizar a escrita do seu valor verbal em favor do gesto de sua imagem, gesto este que possibilita um caminho para expressão poética nas artes e na poesia visual.
Marcio J. Freitas é mestre em Artes Visuais pela Unesp, especialista em Design e Humanidades pelo Ceuma (USP), estudou desenho de tipografia na Universidade de Buenos Aires (UBA) e é bacharel em Desenho Industrial pelo Mackenzie. É professor nos cursos de pós-graduação em Design Editorial, em Design Gráfico e em Tipografia no Senac. Também trabalha como designer gráfico autônomo, desenvolvendo projeto gráfico e identidade visual.
Aula VII: Palavra e imagem na monotipia, com Biba Rigo, dia 22 de outubro, a partir das 19h30
A monotipia é uma técnica decorrente da gravura que através de um tipo de transferência é feita uma impressão única. O encontro será para aprender essa técnica e como utilizá-la, a partir do gesto de impressão da palavra como imagem poética.
Biba Rigo é artista visual formada em Arte: história, crítica e curadoria PUC SP Participou de exposições no Brasil e em outros países. Fez de residências artísticas como No Instituto Superior de arte em Havana, e L’otroi em Tours na França desenvolve sus trabalho de arte em Pintura, gravura e monotipia É diretora artística da Galeria Vazante.
Aula VIII: Bordar a escrita que uma carta suporta, com Rochele Beatriz, dia 29 de outubro, a partir das 19h30
Este encontro é um exercício de presença que surge por meio do contato com o lápis no papel e posteriormente com a agulha e a linha no tecido. É um convite para desnudar-se e vibrar como uma criança a cada nova descoberta, suspendendo no espaço-tempo palavras que ao tecermos estarão produzindo o conhecimento a partir das mãos e do entendimento do corpo.
Rochele Beatriz cursou Comunicação das Artes do Corpo na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e é licenciada em Artes Cênicas pela Faculdade Paulista de Artes. Há mais de 15 anos supervisiona equipes de educadores em diferentes projetos da cidade de São Paulo, entre eles CEU Alvarenga, Projeto Guri, Fábrica de Cultura Jardim São Luis e o Programa de Iniciação Artística – PIÁ. Desenvolve uma pesquisa em bordado e ministra oficinas e vivências nesta linguagem.
Aula IX: Escrever com a máquina de escrever, com Camila Campos, dia 05 de novembro, a partir das 19h30
Até pouco tempo atrás a máquina de escrever estava em nossos lares. Atualmente, basta colocar uma máquina em público que o afeto é geral: desde crianças a idosos, todos se mobilizam em torno desse conjunto de letras que nos convida a teclar com precisão e força, quase atacando o papel. Quais escritas se escrevem partir desses gestos e desse objeto? Quais escritas se escrevem com esse som repetido?
Camila Campos é atriz e arte-educadora. Entrou no meio artístico através do teatro, atuando como atriz, encenadora e dramaturga em projetos teatrais independentes desde 2012. Em 2016 ingressa na Unesp em Bacharelado em Artes Cênicas e inicia sua experiência nas equipes educativas de exposições temporárias nas unidades do Sesc em São Paulo, atuando como educadora e oficineira. Escritora e aquarelista nas horas vagas, atualmente elabora um livro ilustrado de poesias inspirado em suas vivências com a máquina de escrever.
Aula X: Brincando de reordenar o universo – experimentos entre a escrita e o corpo, com Pedro Furtado, dia 12 de novembro, a partir das 19h30
Luis Camnitzer certa vez disse: “Um dia eu descobri que se eu fizesse a menor marca em um pedaço de papel com um lápis, eu estaria irrevogavelmente alterando a ordem do universo. […] Meu ato demandava por uma nova definição da ordem universal. Isso significa que mudar o universo é uma coisa razoavelmente simples, é algo que qualquer um pode fazer.”
Pensando nessa marca, no risco, traço que gera desenho e palavra, o encontro propõe brincarmos de reordenar o universo a partir do corpo (do corpo-corpo, do pensamento-corpo, da voz-corpo) através de jogos (já que a ideia é brincar), discussões e experiências individuais e coletivas. É possível um gesto (de escrita) que não passe pelo corpo? Traga as marcas que te movem e roupas confortáveis!
Pedro Furtado é arte-educador e espectador de teatro. Natural de Bauru, iniciou lá suas atividades no Curso Livre de Teatro Paulo Neves, em 2006, onde participou de espetáculos como ator e diretor, deu aulas e produziu mostras e eventos. Em 2017 vem para São Paulo por conta do ingresso na Unesp em Licenciatura em Arte-Teatro, e começa a atuar com mediação em exposições de arte no CCBB-SP, Sesc Avenida Paulista e, atualmente, Sesc Pompeia.
Quando
10/09 a 12/11
(terças-feiras, das 19h30 às 22h30)
total de 10 encontros
Público
Geral
Turma
20 pessoas
Investimento
R$80,00 cada encontro (sem certificado de curso de extensão)
Valor curso inteiro: à vista 720,00 (com certificado de curso de extensão)
4x sem juros pelo PagSeguro
Vagas limitadas
alunos e ex-alunos de pós-graduação
d´A casa tombada
R$72,00 cada encontro (sem certificado de curso de extensão)
Valor curso inteiro: 3X 216,00 ou à vista 648,00 (com certificado de curso de extensão)
Vagas limitadas
(desconto de 10% – é preciso comprovação de aluno ou ex-aluno de pós-graduação no primeiro dia de atividade)