por Itamar dos Anjosos
O fogo que não se apagou
Tão cedo não se apagará…
No ano de 51
De um século que já passou
Na terra dos Deus dará!
Homens, mulheres na luta
Crianças na aldeia a chorar…
No ano de 51
De um século que já passou
Na terra do Deus dará!
Governo, grileiros atacando
Querendo a terra tomar…
No ano de 51
De um século que já passou
Na terra do Deus dará!
À luta sempre continuou
O povo guerreiro pra sua aldeia voltar
Mesmo depois de muitos anos
De essa guerra travar…
Na terra do Deus dará!
O Fogo de 51 ocorreu há 70 anos, no Extremo Sul da Bahia, quando a aldeia de Barra Velha teve suas casas incendiadas. Esse triste episódio, que hoje faz parte da história Pataxó, tem sido recontado por intermédio de várias linguagens, inclusive das artes, no intuito de evidenciar as narrativas Pataxó. Esta poesia foi escrita por Itamar dos Anjos para a produção cinematográfica que o coletivo Umbandaum está produzindo sobre o Fogo de 51. Além do filme, Itamar dos Anjos está com a exposição virtual Traços e Cores do Caboclo ao Orixá, que retrata em uma abordagem multicultural o registro das espiritualidades, saberes e corporeidades afro-indígenas.
Link Instagran: https://www.instagram.com/ita.afro/
Nasci em Caravelas, Extremo Sul da Bahia, sócio fundador e participante do Grupo de Antropologia Cultural Afro-indígena Umbandaum, Mestre da Cultura Popular e Mestre em Ensino e Relações Étnicos Raciais – UFSB. Venho desenvolvendo trabalhos voltados para as artes plásticas, adereços, teatro, vídeo, dança, literatura e música, buscando sempre me conectar através das artes, histórias e vivências com minha ancestralidade afro-indígena. (https://www.facebook.com/itamart.dosanjossilva)