Entre duas janelas

Aqui, as mesas procuram as janelas. Mudam sempre de lugar. E o corpo é convidado a sentar o olhar para fora. Quem chega, chega sempre pela janela.  Em três ou quatro delas a renda das árvores é o que se vê. Em outras, são pedaços de paredes, que não chegam a ocupar o pensamento. Sobram espaços. Para estar na altura dos intervalos, entre o ir e vir dos sentidos. Ora em sombra, ora em sol.

Angela Castelo Branco

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